Casamento, Japão, teorias conspiratórias e coisas do tipo

Autora: Gabriela // 21:46 // quarta-feira, 16 de março de 2011


Em janeiro, quando comemoramos 5 meses de namoro, meu namorado me deu de presente um livro chamado "Comprometida", de Elizabeth Gilbert (autora de "Comer, Rezar, Amar", o livro). Receosa de ler um livro dado pelo namorado que fala apenas, e apenas, de casamento, comecei minha viagem pelas letrinhas saboreando uma narrativa simples e doce, uma história, quase uma biografia. Mas, no meio de minha degustação (de início, até um pouco lenta demais), senti um sabor diferente, um pouco acre, despertando-me para o real livro que estava em minhas mãos: um conjunto de idéias e de ideais, um misto de fatos reais e informações cultas. Um livro recheado de discussões e opiniões. E, no início do livro, a autora faz referência - inteligentíssima e muito bem observada - à idéia de que nós, mulheres ocidentais do século XXI, sempre esperamos demais do casamento e da vida.

Isso me faz pensar numa coisa.
A alguns anos atrás (não muitos, mas também não poucos, apenas o tempo suficiente pra me permitir o zelo desta reflexão), meu irmão de 21 anos bateu com o carro na Dutra, e morreu. E não fazem muitos meses minha mãe padeceu um mês no hospital de uma operação muito simples e corriqueira - para pessoas saudáveis, pelo menos - e também morreu. Não vou aqui destrinchar todos os meus sentimentos, minhas reflexões, minhas frustrações sobre a vida desde o primeiro ocorrido. O importante é que, diferente de uma velha senhora que conheço, não fiquei na cama chorando o passado e esperando minha vez; eu segui em frente, e sempre com muita alegria. Sim, alegria.
Então, talvez Elizabeth tenha razão. Nós exigimos muito da vida. Com toda nossa inteligência, com toda nossa tecnologia ultra-avançada, nossos jatos supersônicos, nossos foguetes indo à lua, nossa medicina curando mazelas imbatíveis, com toda nossa arrogância e soberba, achamos simplesmente um insulto da natureza, ou do destino, a morte. Achamos um verdadeiro atrevimento da natureza destruir o Japão daquele jeito. Quem ela pensa que é pra nos encarar assim???
Então, surgem as teorias. Que 2012 na verdade é 2011. Que, como disse o pastor da igreja do professor de hebraico do meu pai, "Deus está abalando as estruturas da humanidade". Que, como dizem vários ecológicos por aí, na verdade nós é que atacamos a natureza primeiro. Que nós humanos merecemos isso tudo mesmo (estes são ditos pelos não-afetados-diretamente).
(Antes de prosseguir, quero deixar bem claro que este textinho é apenas uma reflexão, no fundo do meu coração acredito um pouquinho em cada teoria descrita acima, mas, claro, do meu jeitinho e com minhas interpretações)
Como disse minha tia, terremotos e tsunamis sempre existiram na Terra, inclusive no Japão (desculpem a redundância proposital, foi uma forma de destaque). O que ela quis dizer é que isso existiu antes de aparecermos por lá e sempre tivemos ciência disto, logo não podemos reclamar. Porém, vou um pouco além da interpretação dela: terremotos e tsunamis sempre existiram no Japão, na Indonésia, no Chile, no Haiti, e sempre "sofremos calados". Só que, hoje em dia, não aceitamos mais um descuido tão grande da natureza. Não com nossas defesas fortíssimas, nossas construções de concreto armado, nossos sismógrafos inteligentes e precisos. De um lado, até entendo essa visão coletiva e inconsciente, visto que demoramos anos estudando materiais resistentes, as movimentações da Terra, aparelhos precisos. Mas, cá entre nós (e não me batam por isso!), quem disse que a natureza também não passou anos estudando uma forma de nos acertar em cheio?

Mas todo esse papo não demonstra a validade de minha teoria, nem que você tenha que acreditar nela. Aliás, não demonstra nem que eu mesma acredite no que estou escrevendo. Afinal, todos temos uma opinião, e a sua certamente é diferente da minha. Pode não ser diametralmente oposta, mas com certeza é diferente em algum aspecto. Essas são apenas palavras vivas, nascidas de mim, soltas no mundo pela internet. Uma filha bastarda chamada Filosofia, parida de uma estudante de engenharia com notas medianas.
E, falando nisso, vamos voltar às nossas vidas, porque você amanhã vai trabalhar e eu tenho aula de Sistemas Projetivos. Ih, caramba, cadê meu compasso?

Marcadores: , , ,



1 Comentários






Veja outros posts